Employee Experience (EX) ou Experiência do Colaborador é tudo que os colaboradores observam, sentem e pensam ao longo do seu relacionamento e interação com a organização. Podemos dizer também que EX é o conjunto de iniciativas que visam uma melhoria gradativa no clima organizacional da empresa focando, exclusivamente, na construção de vivências significativas que focam no desenvolvimento de cada colaborador.
Todos os colaboradores possuem experiências em suas respectivas empresas. Assim, o questionamento chave seria: Por que não buscar a melhor experiência possível para o colaborador?
Leia também: O que é Clima Organizacional
Nesse sentido, felizmente, a maioria dos profissionais do RH desejam que a experiência dos seus colaboradores seja a melhor possível. Entretanto, existe uma lacuna entre supor o que o colaborador necessita e realmente possuir informações sobre essas necessidades, como pode ser observado na imagem abaixo.
A employee experience é composta por vários pontos de contato e marcos importantes na relação com a empresa, tais como:
Processo seletivo;
Contratação;
Onboarding (processo de integração);
Crescimento (promoções e avanços na carreira);
Outplacement (processo de demissão e recolocação).
Uma pesquisa da Deloitte mostra que enquanto 80% dos executivos de RH acreditarem na importância de trabalhar a experiência do colaborador, apenas 22% deles consideram que sua organização consegue executar isso com excelência.
O Employee Experience será o novo RH. Essa afirmação foi um dos destaques do relatório Linkedin Global Talent Trends 2020. O termo Employee Experience, ou Experiência do Colaborador é, sem dúvida, uma das tendências mais importantes para o futuro do RH.
Mesmo depois que o colaborador se desliga da empresa, ele pode manter um vínculo como ex-funcionário — principalmente se tiver uma boa experiência na memória. No entanto, existe uma dor a ser solucionada: muitos profissionais falam sobre e gostam da ideia mas não conseguem trabalhar com Employee Experience na prática.
Segundo o relatório do LinkedIn, 96% dos profissionais afirmam que Employee Experience está se tornando mais relevante, mas apenas 52% dizem que sua empresa consegue oferecer uma experiência positiva no trabalho.
Os desafios com Employee Experience
Trabalhar com Employee Experience é trabalhar com experiência de pessoas e isso não é uma tarefa simples. Existe uma multiplicidade de interações e comportamentos, sem falar da subjetividade e sensações particulares de cada um.
Seja olhando para jornada do cliente, ou para a jornada do colaborador, os profissionais devem buscar justamente entender quais são os comportamentos e atitudes do consumidor final.
No entanto, para além do exercício de empatia, é necessário também coletar dados e fazer análises para decidir quais são as melhores oportunidades. Os dados ajudam a compreender o impacto que certos comportamentos e atitudes possuem na experiência e, assim, definir o que pode ser feito para criar interações relevantes, visando obter melhores resultados.
Portanto, trabalhar com Employee Experience é trabalhar com empatia e dados para construir experiências relevantes que geram algum resultado positivo para o colaborador e para a empresa.
Essa combinação configura, de certa maneira, uma nova abordagem nas áreas de RH que, historicamente, não foram estimuladas a cuidar do capital humano sob a ótica da experiência, ficando restritas a indicadores tradicionais de Gente e Gestão, como: nível de desempenho, nível de engajamento, produtividade, turnover, taxa de absenteísmo etc.
Agora, estes profissionais devem aprender a conciliar ambas as abordagens, pois, afinal, uma não exclui a outra, pelo contrário, boas experiências são responsáveis por gerar bons indicadores.
Quais os benefícios da promoção da employee experience?
Os inúmeros benefícios associados à employee experience tornaram esse conceito obrigatório no RH. Confira as principais vantagens de investir na experiência do colaborador.
1. Atração e retenção de talentos
Um dos principais motivos para criar uma employee experience diferenciada é garantir a atração e retenção dos melhores talentos. Hoje, os profissionais de alta performance estão mais disputados do que nunca, e somente uma experiência à altura é capaz de conquistá-los.
Com as novas gerações entrando no mercado de trabalho, as exigências também mudaram: eles querem um trabalho com propósito, ambientes flexíveis e culturas inspiradoras.
Mais do que salário, você terá que oferecer uma vivência única, se pretende contar com grandes talentos no seu time.
2. Aumento da produtividade
Não faltam evidências de que a experiência do colaborador está diretamente ligada aos níveis de produtividade na empresa.
De acordo com o relatório The Financial Impact of a Positive Employee Experience, publicado em 2018 pela IBM, as empresas com EX superior possuem o triplo de retorno sobre ativos (ROA) e o dobro de retorno sobre as vendas (RSV ou margem líquida). Esses dados confirmam a máxima “funcionário feliz é mais produtivo”, e provam que uma boa experiência é capaz de impactar os resultados do negócio.
3. Melhora no clima organizacional
O clima organizacional é um dos termômetros da employee experience, pois revela o sentimento geral e estado de ânimo dos colaboradores. Quando a relação com a empresa é satisfatória, o ambiente de trabalho gera motivação e engajamento nas pessoas, e toda a atmosfera da organização se transforma.
4. Promoção da marca empregadora
A marca empregadora, ou employer branding, é decisiva para atrair talentos e construir uma reputação sólida no mercado. Ao oferecer uma experiência do colaborador única, você promove sua empresa como um excelente lugar para se trabalhar e ganha credibilidade como empregador. O resultado é um verdadeiro ímã de profissionais talentosos.
Leia mais em: O que é Employer Branding: Benefícios e Implantação.
Como criar sua employee experience
Para criar sua employee experience, você precisa garantir que seus colaboradores tenham bons momentos durante toda a trajetória na empresa. Siga o passo a passo e descubra como planejar essa jornada.
1. Ouça a voz dos colaboradores
O primeiro passo para construir a experiência do colaborador é ouvir o público interessado. Ou seja: você precisa dar voz aos colaboradores e permitir que participem ativamente do processo, priorizando suas opiniões e necessidades.
Para isso, é importante ter uma comunicação aberta e ferramentas que viabilizem a pesquisa direta com os funcionários.
2. Mapeie a jornada do colaborador
Antes de definir suas estratégias de EX, você também precisa refazer os passos dos colaboradores e compreender sua jornada na empresa.
Para isso, considere todas as etapas que o funcionário atravessa, desde o recrutamento e seleção até a contratação, desenvolvimento e desligamento. Vale considerar os marcos importantes como a admissão, processo de onboarding, promoções, formações, etc.
3. Crie um programa de EX
Se você sabe o que os colaboradores querem e como funciona sua jornada, já pode criar seu próprio programa de employee experience. Esse plano deve conter ações para cada etapa, campanhas de incentivo, programas de reconhecimento, entre outras estratégias para aumentar a satisfação do seu pessoal.
4. Garanta oportunidades de crescimento
Um dos pontos centrais do programa de EX é oferecer oportunidades de crescimento para os colaboradores. Logo, é importante que você inclua planos de cargos e salários, estratégias de treinamento, programas de coaching e mentoria, entre outras ações ligadas ao desenvolvimento profissional.
5. Ofereça e solicite feedback
A experiência do colaborador não é um conceito estático, mas um processo em constante evolução, que exige atenção permanente. Por isso, você precisa oferecer e solicitar feedback continuamente, usando as opiniões dos colaboradores para melhorar o programa. Então, se você quer criar uma experiência memorável, saiba que o trabalho não termina nunca — apenas se torna mais complexo.
A RHEIS Consulting possui metodologia e tecnologia que auxilia em promover uma melhor experiência do colaborador na sua organização. Consulte-nos.
Sugestão de Livros:
Employee Experience, Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional (Roberto Madruga);
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