Sete Níveis de Consciência Organizacional
- RHEIS Consulting
- 26 de mar. de 2023
- 6 min de leitura
Atualizado: 12 de mai.
Baseado da teoria da hierarquia das necessidades proposta por Abraham Maslow (1976), Richard Barrett (1998) desenvolveu o Modelo dos Sete Níveis de Consciência, aplicável tanto ao desenvolvimento pessoal quanto ao organizacional. Sua proposta parte da ideia de que, assim como os indivíduos, as organizações são organismos vivos, compostos por pessoas e impulsionados por necessidades e motivações semelhantes.
Barrett estruturou esse modelo em duas dimensões integradas: a Consciência Pessoal e a Consciência Organizacional. Para ele, a maneira como um grupo se comporta revela seu nível de consciência coletiva, que pode ser identificado por meio da análise dos valores e comportamentos predominantes.
Segundo o autor, toda organização passa por uma jornada evolutiva composta por sete níveis de consciência. Esse processo é progressivo: cada nível representa uma etapa do desenvolvimento organizacional, que só pode ser superada quando o anterior for plenamente compreendido e integrado.
Os sete níveis de consciência organizacional são: Sobrevivência, Relacionamento, Autoestima, Transformação, Coesão Interna, Fazer a Diferença (ou Coesão Externa) e Serviço (Servir).
Barrett destaca que tanto indivíduos quanto organizações operam em múltiplos níveis de forma simultânea — geralmente entre três e quatro. No caso das pessoas, é comum transitar entre os níveis 1 e 5. As organizações, por sua vez, tendem a concentrar-se nos três primeiros níveis, considerados fundamentais.
A seguir, são apresentados os sete níveis conforme o modelo de Barrett, com foco nos valores característicos de cada estágio e nos aspectos limitantes dos três primeiros níveis — já que, a partir do quarto, os valores passam a ser considerados plenamente construtivos.
Os Sete Níveis de Consciência Pessoal e Organizacional
Nível | Consciência Pessoal | Consciência Organizacional |
1. Sobrevivência | Envolve preocupações com segurança física, saúde e estabilidade financeira. Valores: autodisciplina, segurança e bem-estar. Aspectos limitantes: Medo da escassez, controle excessivo, ganância. | Foco em estabilidade financeira, lucro e segurança dos colaboradores. Valores: saúde organizacional e retorno ao acionista. Aspectos limitantes: Territorialidade, exploração, controle rígido. |
2. Relacionamentos | Preocupa-se com a qualidade das conexões interpessoais. Valores: comunicação, respeito, amizade, empatia. Aspectos limitantes: Medo da rejeição ou perda de influência, gerando intolerância ou necessidade de aprovação. | Foco nas relações entre colaboradores, clientes e fornecedores. Valores: satisfação do cliente, respeito mútuo, comunicação aberta. Aspectos limitantes: Manipulação, culpabilização, política interna. |
3. Autoestima | Busca por reconhecimento e realização. Valores: ambição, recompensa, crescimento profissional. Aspectos limitantes: Arrogância, status, apego à imagem. | Busca por excelência, produtividade e eficiência. Valores: qualidade, desempenho e inovação. Aspectos limitantes: Burocracia, hierarquia rígida, vaidade institucional. |
4. Transformação | Marca o início da autorrealização. Valores: coragem, desenvolvimento pessoal, responsabilidade. Questionamento de crenças limitantes. | Promove inovação, aprendizagem contínua e participação dos colaboradores. Supera os padrões limitantes dos níveis anteriores. Valores: colaboração, criatividade, adaptabilidade. |
5. Coesão Interna | Alinha propósito e valores pessoais à missão de vida. Valores: integridade, entusiasmo, compromisso, excelência. | Fortalece a cultura organizacional. Valores: confiança, justiça, propósito comum. Estimula engajamento e criatividade. |
6. Fazer a Diferença | Busca contribuir para a sociedade. Valores: empatia, consciência ambiental, voluntariado. | Foco em impacto social e parcerias estratégicas. Internamente: mentoria e desenvolvimento de lideranças. Externamente: colaboração com comunidade e stakeholders. |
7. Serviço | Representa a conexão com um propósito maior. Valores: sabedoria, compaixão, perspectiva global, justiça social. | Representa o mais alto nível de consciência organizacional. Valores: responsabilidade social, direitos humanos, legado para futuras gerações. |
Evolução das Necessidades Organizacionais
Barrett mostra que, conforme a organização evolui, ela transita dos níveis mais básicos (físico e emocional) para estágios mais elevados de consciência (espiritual), refletindo uma mudança de foco: do interesse individual para o bem coletivo.
Os três primeiros níveis — Sobrevivência, Relacionamento e Autoestima — dizem respeito às necessidades básicas, como gerar lucro, manter bons relacionamentos e assegurar um desempenho eficaz. São, segundo Maslow, necessidades de deficiência, pois não geram realização duradoura, mas sua ausência causa insegurança e ansiedade.
Empresas que operam apenas nesses níveis tendem a ser burocráticas, autocentradas e resistentes à inovação. Apesar de possíveis sucessos financeiros, enfrentam dificuldades de adaptação e motivação interna. O ambiente de trabalho costuma ser pautado pelo medo, gerando estresse e baixa satisfação entre os colaboradores.
O quarto nível, denominado Transformação, representa a virada de chave: a organização abandona estruturas rígidas e adota sistemas mais flexíveis e participativos. Passa-se a valorizar o empoderamento dos funcionários e a capacidade de adaptação constante.
Nos níveis superiores — Coesão Interna, Fazer a Diferença e Serviço — o foco da organização se volta à sociedade. Busca-se fortalecer o engajamento interno, fomentar alianças externas e gerar impacto positivo no mundo. O propósito coletivo ganha protagonismo.
Contudo, organizações que operam exclusivamente nesses níveis elevados — como algumas ONGs ou instituições sem fins lucrativos — podem apresentar lacunas em áreas fundamentais, como gestão financeira ou eficiência operacional, comprometendo sua sustentabilidade a longo prazo.
O Caminho para a Plenitude Organizacional
Barrett defende que uma organização verdadeiramente bem-sucedida e sustentável precisa desenvolver todos os sete níveis de consciência. Isso significa equilibrar performance e propósito, eficiência e empatia, lucro e responsabilidade social.
A seguir, um resumo dos níveis com foco na motivação principal e tipo de necessidade:

Nível | Motivação Principal | Foco | Tipo de Necessidade |
1. Sobrevivência | Estabilidade financeira e segurança | Lucro e bem-estar | Física |
2. Relacionamento | Harmonia interpessoal | Relações de apoio | Emocional |
3. Autoestima | Reconhecimento e excelência | Alto desempenho | Emocional |
4. Transformação | Inovação e crescimento | Adaptabilidade | Física |
5. Coesão Interna | Alinhamento de valores e propósito | Cultura forte | Espiritual |
6. Fazer a Diferença | Impacto positivo no mundo | Parcerias estratégicas | Espiritual |
7. Serviço | Legado e compaixão global | Responsabilidade social | Espiritual |
Ao mapear os valores e comportamentos de uma organização com base nesse modelo, torna-se possível compreender sua cultura, identificar bloqueios e traçar estratégias eficazes de evolução. A consciência organizacional, portanto, é um poderoso instrumento para alinhar propósito, desempenho e impacto — pilares de um futuro empresarial mais humano, ético e sustentável.
Existe algum sistema para mapeamento organizacional?
Uma forma de auxiliar no fortalecimento da Cultura Organizacional é através de um diagnóstico, envolvendo todos os colaboradores da empresa. Este diagnóstico tem o potencial de ser mais rápido, preciso e de trazer informações objetivas para a liderança da empresa. Utilizando ferramentas digitais e inteligência artificial, é possível coletar dados e insights de maneira mais eficaz e eficiente, resultando em um panorama amplo e detalhado da cultura organizacional.
A plataforma Culturise, oferece este serviço, com a possibilidade de personalização para atender às especificidades de cada empresa. Ao utilizar a ferramenta, as empresas têm a oportunidade de entender melhor a sua cultura organizacional, identificar áreas de melhoria e, por consequência, potencializar o desempenho e o engajamento de sua equipe.
Com a Culturise, você será capaz de identificar:
Os Valores Atuais e os Desejados pelos Colaboradores, além de quaisquer Incoerências;
Os Comportamentos Específicos presentes na empresa;
O Alinhamento entre Cultura e Estratégia, considerando os Valores e Arquétipos Culturais;
Os Níveis de Consciência predominantes;
Detalhes Esclarecedores dos Comentários escritos sobre a Cultura e;
Análise com IA, fornecendo insights valiosos sobre a Cultura.
Para saber mais, acesse o site da Culturise. Faça o download do folder de apresentação. Adquira o melhor plano utilizando o cupom RHEIS10 para obter 10% de desconto!
A RHEIS Consulting, apoia empresas a evoluírem em todos os níveis de consciência organizacional — da sobrevivência à realização do legado. Utilizamos instrumentos de diagnóstico profundo e metodologias validadas para mapear a cultura, alinhar estratégias aos valores e promover o desenvolvimento sustentável de equipes e lideranças. Se sua organização busca mais do que resultados: quer propósito, coesão e impacto duradouro, conte com a RHEIS Consulting para guiar essa jornada de transformação.
Leia também em: A importância dos valores na construção de uma cultura de alto desempenho. (Barrett Values Centre).
Sugestão de Leitura:
A organização dirigida por valores (Richard Barret);
Libertando a Alma da Empresa (Richard Barrett);
Empresas feitas para vencer (Jim Collins);
Como as gigantes caem: e por que algumas empresas jamais desistem (Jim Collins);
Feitas para durar: Práticas bem-sucedidas de empresas visionárias (Jim Collins);
Corporate Culture and Performance (John P. Kotter);
Reinventando as Organizações (Frederic Laloux);
Organizações exponenciais (Michael S. Malone, Salim Ismail, Yuri Van Geest);
A máquina que mudou o mundo (James P. Womack, Daniel T. Jones e Daniel Roos);
Estratégia Seis Sigma. Como a GE, a Motorola e Outras Empresas Estão Aguçando o Seu Desempenho (Peter S. Pande, Robert P. Neuman e Roland R. Cavanaugh);
O Modelo Toyota: 14 Princípios de Gestão do Maior Fabricante do Mundo (Jeffrey Liker);
Saia Da Crise - As 14 Lições Definitivas Para Controle De Qualidade (Edwards Deming);
A Cultura Toyota: A Alma do Modelo Toyota (Jeffrey Liker);
Lean Thinking: Banish Waste and Create Wealth in Your Corporation (James Womack);
Liderança Lean (David Mann);
O Pensamento Toyota: Princípios de Gestão para um Crescimento Duradouro (Satoshi Hino);
O Modelo Toyota de Excelência em Serviços: A Transformação Lean em Organizações de Serviço (Jeffrey K. Liker e Karyn Ross);
Motivação nas Organizações - Nem todos fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões (Cecília Whitaker Bergamini);
Vencedoras por opção: incerteza, caos e acaso - Por que algumas empresas prosperam apesar de tudo (Jim Collins).
תגובות